terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Street Fighter II - The World Warrior

No começo dos anos 1990, algo novo estava prestes a acontecer no mundo dos games e que, de repente, pegou muitas pessoas de surpresa, inclusive a mim. Uma revolução chegaria e eu não fui capaz de senti-la ou de imaginá-la, claro, ainda estava ligado aos jogos antigos e aos novos títulos que faziam sucesso. Muitos jogos de 1987, 1988, 1989 ainda tinham força e demorariam a cansar. Shinobi, Teenage Mutant Ninja Turtles (Tartarugas Ninja), Golden Axe, Out Run, Tetris, Bad Dudes Vs. Dragonninja, Altered Beast e outros tantos títulos no arcade e a infinidade de jogos do Nintendo 8 bits e Master System também. As pessoas ainda jogavam muito esses jogos e mal poderiam esperar pelo que viria à frente.

Eu não poderia imaginar que chegaria um jogo que prendesse ainda mais a minha atenção
Por falar nisso, citei Tartarugas Ninja. Gostaria de falar uma coisinha bem rápida antes de adentrar o real assunto. Foi o primeiro jogo com quatro jogadores simultâneos que eu joguei. Simplesmente pirei com aquele gráfico, música, dificuldade e diversão. Não imaginaria ver algo que me fizesse ficar ainda mais vidrado.
Em um dia de 1991, resolvi ir ao fliperama mais caro daqui de Brasília (Divertilândia, Parkshopping). O fliper tinha aproximadamente trinta máquinas de pinball (Sure Shot, Gork, Oba Oba, Drakor, Cavaleiro Negro, Cosmic, Mr. Black, Shark, etc.) e todos os clássicos possíveis de arcade, incluindo o “novo” jogo Tartarugas Ninja com quatro jogadores.  Havia Robocop, Time Soldiers, 1941 em um gabinete no qual o jogador sentava e tinha uma tela muito grande, Getstar, Ghosts´n Goblins e mais umas quase trinta e poucas máquinas. Era enorme aquele espaço e o preço da ficha era caro. Equivalente a uns R$ 2,90 hoje em dia. Mas nesse dia em específico, TUDO MUDOU. Cacetada, cadê os jogos, Senhor?? TUDO SUMIU. Todos os pinballs que eu tanto amava e os jogos clássicos que fizeram parte da minha vida, FORAM EMBORA! 

Eu fiquei sem muito interesse porque o ambiente era muito espaçoso e no lugar surgiram muitas máquinas novas. Entre elas, Fatal Fury, Blood Bros, Moonwalker  e outras tantas. Para vocês terem ideia,  no lugar de quase sessenta máquinas entre pinballs e arcade, entraram umas trinta e poucas. Fiquei passando a vista e algumas coisas me agradaram como Final Fight e Shinobi.  Eu sempre fui um saudosista e achei muito triste ver apenas os jogos anteriormente mencionados. À primeira vista, realmente não gostei muito desses games e só fui valorizá-los depois, tanto que já fiz posts sobre alguns desses jogos.

Levei um susto quando vi tantos botões
Depois de tanta enrolação, o clímax deste post: VI UM GABINETE COM DOIS CONTROLES E SEIS BOTÕES!! Já achava três botões algo absurdo, cheio de detalhes. O que diabo era aquilo? 6, MEIA DÚZIA DE BOTÕES?? Cheguei mais perto e estava vendo um loiro de kimono vermelho brigar com outro de kimono branco e faixa vermelha na cabeça. Eles falavam palavras estranhas, algo como (ADUUUUUKEEN), (PAPAIQUÉFRUTAAA), (RÓRIUGUEN)... Eu fiquei paralisado. Aí eu vi a tela de escolha dos personagens e percebi que era possível escolher um entre oito e um era mais figura que o outro. Fiquei perto para ouvir a música e os sons. AMEI AQUILO! Me agradou MUITO!! O gráfico era o máximo, o jogo prendia a atenção, percebi naquele fliperama de shopping burguês, que havia uma fila de pessoas se aproximando da máquina e como o som era alto, quanto mais pessoas chegavam perto, outras se sentiram atraídas e curiosas para ver o que acontecia ali. 


O nome do jogo? STREET FIGHTER II – THE WORLD WARRIOR. Ele revolucionou os gabinetes de fliperama e até hoje, graças a esse jogo, não vejo UM gabinete que não tenha dois controles com seis botões cada. Quando esse jogo saiu para Super Nintendo e Mega Drive foi uma febre doida. Durante  os anos de 1990, 1991, 1992 e 1993, quase 95% das pessoas (ou pelo menos meus amigos e conhecidos) só jogavam Street Fighter II.

Sei que este post está longo e isso é bem incomum aqui, mas gostaria de lhes contar como foi o meu primeiro contato com esse jogando como jogador também. Eu enfiei a ficha na máquina;  apertei start;  escolhi o Ryu, meu primeiro personagem. Achei que para fazer um shoryuken, bastasse pular e apertar soco! HAHAHAHAHAHAHA. Puxa vida, que animal. Não sabia fazer um hadouken e mesmo o pessoal me ensinando, eu não consegui aprender tão rápido.

Aquilo mexeu comigo. Até então, todos os jogos que eu jogava eram muito mais simples. Não me perdia nos botões e os golpes especiais consistiam em uma combinação de botões ou de controle. Algo como frente, frente, ataque; ataque+pulo, etc. Street acabou comigo e durante um tempo, eu pensei em desistir, porque a frustração foi muito grande.

Eu me perguntava... Quando o lutador escolhido vencia os outros sete, o que acontecia? O jogo acabava? Não. Apareciam os três chefes finais: Balrog, Vega e Sagat. O povo perdia direto para o Vega, mascarado espanhol. Quando alguém bom aparecia e o vencia, finalmente chegava no Sagat e como num filme de lutas, o povo torcia para alguém vencê-lo. Ao derrota-lo, minha surpresa: HAVIA UM OUTRO CARA AINDA MAIS DIFÍCIL!! E o nome dele me causou um estranhamento doido: M.BISON. O que era aquele cara? Um militar? Um general? Um ditador? Ele era muito apelão e no começo, pouquíssimos zeravam. No princípio, pelo menos aqui em Brasília, todo mundo jogava era para zerar e quando todos se cansaram de jogar contra o computador, aí começou o versus. Outro modo do jogo no qual um jogador jogava contra o outro. HERE COMES A NEW CHALLENGER.

Algumas poucas curiosidades pessoais sobre esse jogo na época:

1 – Quando eu via o povo enfrentando os chefões, só via as lutas iniciadas contra Balrog, Veja e M.Bison. Quando eu vi o Sagat pela primeira vez, eu morri de rir com a voz dele falando TIGER, TIGER, TIGER UPPERCUT. Me deu tanta crise de riso eu corri para o banheiro fazer xixi (eu era uma criança muito feliz);

2 – Eu e alguns amigos demoramos para entender porque na versão de Super Nintendo os nomes dos chefes eram trocados;

3 – Gostava tanto da música que eu consegui convencer um amigo a fechar o fliperama para eu levar o meu gravador de fita K7 e gravar as músicas de todos os personagens;

4 – A Chun Li foi a minha primeira personagem séria no jogo e o meu segundo foi o Blanka. Os golpes deles eram mais fáceis de se fazer. Zangief foi o último;

5 – Depois de algum tempo, a maioria dos flipers de Brasília e de outras cidades daqui tinham essa máquina. Podia jogar onde eu quisesse por uma bagatela de 50 centavos a ficha;

6 – Quando eu vi a nacionalidade de cada personagem, achei o máximo, mas fiquei puto quando vi que o Blanka com aquele aspecto horrível era brasileiro. Claro que ele não nasceu no Brasil, mas mesmo assim, achei sacanagem aquilo, hahahaha;

7 – Havia uma lenda sobre o final de cada jogador. O povo espalhou que no zeramento, o lutador escolhido salvava a sua mãe, ou seja, zerou com o Ken, aparecia a mãe dele. Zerou com a Chun Li, aparecia a mãe dela e por ia. Tudo balela como todos sabem;

8 - O joystick original de Mega Drive tinha 3 botões (A, B e C). Depois que esse jogo saiu para este console, surgiu o modelo com 6 botões;

9 – O pessoal tinha a mania feia de tomar o jogo do molequinho que não sabia fazer os golpes e não conseguia vencer o oponente. “Deixa eu ‘matar’ o Guile pra vc, ‘véi’”. Aquilo era muito irritante, caramba.

Essa foi a parte 1 desse divisor de águas na minha vida. Na próxima parte, falarei sobre STREET FIGHTER 2 – CHAMPION EDITION. Prometo que o próximo post será mais curto e padrão do blog.

12 comentários:

  1. Um pequeno adendo na curiosidade 2: Os nomes são trocados nas versões JAPONESAS, independente do sistema. E, na realidade, esses são os nomes originais.

    (Apesar que é muito mais coerente um espanhol se chamar VEGA que Balrog)

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    1. Eu também prefiro a versão americana. Acho melhor chamar o ditador de M.Bison e o espanhol de Vega. Muito obrigado por seu comentário, meu amigo.

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  2. Muito maneiro, Street já abalou tudo desde o começo. Hoje a diferença é que não temos mais fliperamas esplhados por varios locais das cidades, porém os fãs tem seu proprio arsenal em casa, xbox-360, PS3,Wii, PC, Celular e etc. Acho que ainda vamos ouvir e ler muito ainda sobre essa franquia que faz parte da historia de todos, ou quase todos gamers.
    Parabéns, ficou massa a materia. =]

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    1. Concordo, meu amigo Cristovão. Agora é mais escasso e difícil ter fliperamas por perto e o jogo infelizmente saiu de moda. De qualquer maneira, é um clássico e os oldschool gamers ainda o jogam.

      Muito obrigado pelo elogio e fico feliz que tenha gostado. Grande abraço. :)

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  3. kra eu lembro da época q os altos falantes das máquinas eram tão precários q vc só ouvia os comentários "solta o alexful", o "cuscuz", o "raduguem", "tiger robocop" (essa é hilária...), "proguetgetkruger" e outros mais... quanto aos nomes trocados, eu prefiro a versào original japonesa, o nome M.Bison é uma homenagem da capcom ao boxeador Mike Tyson... o sucesso foi tanto q existiram vários cartuchos piratas p o Snes, assim como as placas hacks de arcade.

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    1. Hahahaha, isso é verdade, Rogério. E o pessoal gostava muito de repetir o que os personagens falavam e aí saíam as pérolas que você mencionou. E como eu havia dito para o Hugo, entendi o esquema da troca de nomes e acho interessante o boxeador se chamar Bison que tem a fonética similar a Tyson. Mesmo assim, por ter sido acostumado a ver o jogo com o padrão americano, prefiro até hoje os nomes dessa forma (USA). Muito obrigado por seu comentário, meu amigo.

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  4. Eu também tive esse choque ao ver Street Fighter 2 pela primeira vez. Foi um primo meu que me apresentou, a gente jogou com o Blanka, porque o ataque dele era um dos mais fáceis, pra variar, perdi na primeira luta e durante um bom tempo desanimei com esse jogo, até pegar o jeito. Uma coisa frustrante que eu lembro é que eu nunca consegui terminá-lo, rs.

    O mestre lembra do truque que congelava o Guile?

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    1. Sim, Mestre. Blanka era muito bom e de golpes fáceis. Nessa versão, era apenas tras+frente+soco e soco repetidamente. Pronto, golpes especiais dominados. Hahaha. Foi o meu segundo char. Mas o jogo exige treino e dedicação. Quando vc puder, jogue-o no pc e elimine o "trauma".

      Eu não me lembro do truque de congelar o querido Guile. Como é?

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    2. Dá uma olhada nesse vídeo.

      http://www.youtube.com/watch?v=09-EZbD9NkU

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    3. Pior que em console e PC eu termino de boa. Agora meu problema era na máquina. Era na SF2, a SF2CE e a MK. Chegava no último, ficava nervoso, descontrolava-me e já era.

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    4. EU NUNCA VI ESSE BUG ANTES!! Hahahahaha. Achei muito legal, mas acredito que eu não consiga fazê-lo. E meu amigo, os tempos agora são outros. Esse jogo não sai de moda para quem gosta dele. Tente novamente e zere logo esse negócio, hahahaha. :)

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    5. O duro é achar um gabinete com uma dessa original com controle bom. Rs.

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